Remo resiste e transforma vidas na Ribeira
Por Isabela Santos e Itaércio Porpino
Dizem que o remo é o esporte mais completo que existe, pois trabalha diferentes grupos musculares em igual intensidade e simultaneamente. Exige força e, em Natal, uma resistência que vai além da física. Remadores da capital potiguar mantêm viva a tradição centenária de dois clubes da rua Chile, no bairro da Ribeira, às margens do rio Potengi. Em atividade há 109 anos ininterruptos, desde sua fundação em 1915, os “rivais” e vizinhos Centro Náutico Potengy e Sport Club de Natal resistem à degradação do bairro e continuam formando gerações de atletas.
Entre eles está Ana Luiza de Souza, 35 anos, terapeuta, formada em Educação Física, técnica de remo, com título de campeã Norte-Nordeste em 2007. De origem pobre, compartilha que sua história começou semelhante à de muitos dos atuais alunos. O esporte, que exige equipamentos caros, podendo ultrapassar 100 mil reais, chega a jovens da periferia por meio de ações sociais.
“Fui criada em favela, no Maruim [antiga comunidade no bairro das Rocas, vizinho à Ribeira]. O esporte me mudou em vários aspectos. Eu não era assim não. Eu era da rua, vivia na rua. Quem mora em favela não tem orientação pra nada, infelizmente. Sempre estudei, mas era meio jogada assim na rua, sem perspectiva de nada”, lembra.
Órfã, vivendo com familiares, conta que tinha 11 anos quando, em 2000, foi levada por uma tia para remar, acompanhando a prática de dois outros tios do seu convívio.
“Quando eu comecei, era muito magra e pequena, e o remo tinha uma questão com a estatura. Hoje não mais, mas antes tinha um paradigma que remo era só para quem tinha no mínimo 1,80 m. O treinador quando me viu, fez: essa menina não vai aguentar nem segurar o remo. Antes só tinha remo de madeira [mais pesado], não era esse de fibra. Aí eu fiz: não, não vai ser assim. Eu gosto muito de desafio”. Naquela época, fazia futsal e já era determinada e competitiva.
O homem que a provocou foi Geraldo Belo Moreno. Morreu em 2011, aos 77 anos, decacampeão de remo e, como treinador, deixou muitos medalhistas.
“A intenção dele naquele momento não era motivar, mas foi o que acabou acontecendo. Foi um cara que mudou a minha vida. Eu disse: ainda vou ser a melhor atleta do estado. E fui”, conta.

Com menos de 1,60 m de altura, Ana Luiza rompeu principalmente os estigmas de ser mulher e baixinha no esporte que escolheu. Já passou pelo Clube Náutico Capibaribe, de Pernambuco, e atualmente é vice-presidente do Centro Náutico Potengy, de Natal, compondo a diretoria ao lado de Rosiane Cavalcanti, a primeira mulher a presidir o clube em mais de cem anos.
O Náutico abriga atualmente os projetos Resistência do Remo Olímpico, com treinamento intensivo para adolescentes da rede pública de ensino, e o Remo do Peito, que oferece suporte físico e emocional a mulheres que tiveram câncer de mama, utilizando o treinamento como ferramenta de reabilitação e fortalecimento. Além disso, o clube oferece pacotes de aulas particulares na escola e prática para os associados. Juntas, as atividades somam mais de 100 pessoas, movimentando o bairro histórico de Natal.
Durante toda a jornada desse clube e do Sport Club de Natal, dificuldades financeiras quase os fizeram fechar as portas – por pouco, o Náutico não teve seu prédio leiloado. A compra de material e o financiamento de projetos têm sido feitos principalmente por meio de emendas parlamentares destinadas à Federação Norte-Riograndense de Remo, que também conta com uma outra agremiação, o Clube de Regatas União, localizado na Cidade Alta, com treinos na Lagoa de Pium.
Popular como o futebol
De modalidade esportiva mais praticada no Brasil, o remo foi perdendo espaço para o futebol. No Rio Grande do Norte, os times ABC e América, fundados também em 1915, surgiram em um contexto de clubes poliesportivos, onde o remo ainda era predominante, mas a popularização do futebol ocorreu em seguida.
“Antes, a competição de remo era como é hoje um jogo de futebol. A Pedra do Rosário era lotada. Tinha desfiles dos remadores. O remo tinha uma função muito grande. Eu não peguei o auge, mas ainda cheguei a competir com bastante gente assistindo, já estava em declínio comparado a alguns anos”, lamenta Luiza, afirmando que a visibilidade do esporte chegava a movimentar mais o bairro da Ribeira, inclusive porque os atletas praticavam outras modalidades, como pedal, corrida e natação, também no Potengi.

Ela estava lá, no início dos anos 2000, quando a noite na Ribeira era bastante agitada, por causa da revitalização da rua Chile na segunda metade dos anos 90: “Aquilo me estimulava, dava vontade de vir. Tinha vários bares funcionando, várias mercearias e restaurantezinhos. Também entrava muito navio aqui. Toda sexta-feira tinha um navio que se chamava Funchal, se não me engano. Para a gente também era bom, porque dava visibilidade ao esporte. Uma coisa puxava a outra, mas hoje você mal vê uma pessoa andando aqui.”
Ana Luiza chama atenção para a “moda” da corrida nos últimos anos e brinca ao comparar: “Muito mais legal remar no rio olhando o pôr do sol, que é outra coisa que a Ribeira proporciona e que deveria ser usada de forma mais positiva no turismo”.
Experiência a serviço do remo
Valdércio Costa, 72 anos, Agripino Fernandes, 69, e Renato Jorge dos Santos, 66, chegaram ao Centro Náutico Potengy nos anos 1970 e continuam lá até hoje, contribuindo com sua experiência em diversas funções no dia a dia do clube. São muitas histórias e décadas de dedicação.
Valdércio, na verdade, começou no Sport Club em 1969, e em 1972 foi para o Centro Náutico Potengy. Ele lembra precisamente de sua primeira regata. “Minha estreia foi em 23 de junho de 1969. Remei duas provas no mesmo dia e tive a felicidade de ganhar as duas.”

Filho de um funcionário da Estrada de Ferro, era criança quando foi morar na Vila Ferroviária, pequeno conjunto residencial no bairro das Rocas. Já adolescente, junto com outros garotos da comunidade, ia tomar banho de maré, ocasião em que conheceu os clubes de remo.
“Não permitiam a entrada de não sócios, então os moleques entravam escondidos para tomar banho na rampa dos clubes e depois nos banheiros. Existia um funcionário no Náutico que quando encontrava a meninada dentro do banheiro o cascudo era certo”, lembra. “No Sport Club, as pessoas eram mais flexíveis. Então, com 13 anos, dei minhas primeiras remadas. Continuo remando até hoje.”
Em 1973, segundo ele, o remo voltou a viver um bom momento após um período de baixa. “Houve várias regatas e o Náutico ganhou todas. Também no ano de 1974 fomos campeões ganhando as quatro regatas. Eu participei de todas”, conta Valdércio, que exerceu diversas funções no clube e foi presidente por vários mandatos. Hoje é presidente do conselho deliberativo do Náutico e praticamente todo dia está por lá.
Costuma dizer que os clubes de remo são muito teimosos, pois até os puteiros foram embora da Ribeira, enquanto o remo resiste. E, segundo ele, cada vez mais forte.
Agripino Fernandes chegou ao clube com 16 anos para treinar e competiu como atleta até 1984. Durante um período, acompanhou o remo à distância, com visitas esporádicas e apoio eventual, mas, após se aposentar do serviço público, retornou ao clube, passando a ajudar diariamente na rotina e a participar casualmente de competições master.

Sócio e conselheiro, ele normalmente chega depois das 8h, conversa um pouco, ajuda na chegada e saída dos barcos, limpa, procura organizar alguma coisa e sai por volta das 11h. Retorna depois das 15h e, às vezes, faz musculação, corrida e bicicleta na academia do clube. Cuida das plantas – cactos, primaveras, alamandas, capim-santo e cidreira.
Agripino Fernandes conhece como poucos a história do remo e sua relação com a Ribeira. Com clareza, fala das dificuldades do esporte no bairro, destaca a resistência dos clubes Náutico e Sport, que permanecem ativos há 109 anos, em meio à degradação que avança sobre a Ribeira e a Cidade Alta, e aponta uma solução para o problema do abandono: “A primeira coisa é habitar o bairro, é preciso que as pessoas morem aqui”.

Segundo ele, a vida da Ribeira ainda gira em torno do rio, com empresas de pesca, oficinas e comércio de pescado. O porto tem movimentação reduzida, restrita a pequenos transportes de carga para Noronha e, esporadicamente, chega um navio de passageiros.
Sobre a função primordial dos clubes de remo, acredita que seja formar cidadãos, ensinar limites e disciplina, promover uma convivência saudável e democrática, além de despertar a iniciativa nos remadores, nos barcos individuais, e incentivar a socialização e integração nos barcos coletivos.
“Já tivemos atletas que chegaram a grandes clubes e se tornaram campeões brasileiros. A formação de atletas é um processo lento. O remador que já participou de uma regata oficial de 2000 metros, com cada remada sendo equivalente a um arremesso de 70 quilos, está preparado para qualquer desafio físico.”
Renato Jorge é o primeiro a chegar no clube. Na bicicleta que comprou de Agripino em suaves prestações, ele sai de casa, em Barro Vermelho, com o céu ainda escuro e salpicado de estrelas, para chegar às 5h da manhã. Diz que sua função é auxiliar técnico e responsável pela manutenção dos barcos, mas é um verdadeiro faz-tudo.
Começou como aluno em 1975 e foi atleta de 1976 até 1994. Na época, morava perto, nas Rocas, onde nasceu e cresceu. Como atleta e, depois, como técnico, participou de competições nacionais. Também foi presidente do clube por dois mandatos, somando quatro anos à frente da gestão.
Quando começou, lembra que apenas homens participavam. “Era reflexo de uma sociedade machista. Só bem depois foram criadas categorias femininas”, comenta.
Hoje, a quantidade de meninas e meninos no Centro Náutico Potengy quase se equivale, com uma ligeira predominância masculina.
“As pessoas desconhecem o esporte, o clube e também é difícil virem até a Ribeira. Por isso, fomos buscar os alunos e as alunas nas escolas, como parte do projeto ‘Resistências do Remo’, de formação de atletas.”
O treino é diário, no contraturno escolar, e, além de não pagar mensalidade, os adolescentes recebem uniforme, alimentação (lanche) e têm acompanhamento de nutricionista.
Nova geração
Michaelly Rhiane, 12 anos, estudante do 6º ano da Escola Estadual Isabel Gondim, nas Rocas, é uma das alunas do projeto. Ela começou a praticar remo em 2023, após uma visita de uma equipe do Centro Náutico Potengi à sua escola para falar sobre o esporte.
Jamais havia demonstrado interesse por outras modalidades esportivas, mas ficou curiosa em relação ao remo e decidiu conhecer, acompanhada de outros sete colegas da mesma escola. Gostou do que viu e optou por fazer parte do projeto, com o objetivo de se tornar uma atleta de alto rendimento. E tem se dedicado. Estuda em tempo integral, das 7h às 16h30, e vai direto para o treino de remo. Todos os dias.
Quem também está lá diariamente, treinando cinco horas de remo mais musculação, é a atleta Cintia Carla, de 23 anos. “Quando não consigo ir e deixo para resolver algo pessoal, compenso com corrida na orla da praia ou no sentido zona sul”, diz a bicampeã Norte-Nordeste no individual e vice-campeã brasileira no double skiff, com a parceira Ana Beatriz.

Diferente de Michaelly, Cintia já havia pensado em ser atleta antes do primeiro embarque. “Em uma segunda-feira, em 14 de janeiro de 2019”, recorda com precisão, “estava descansando quando um dos amigos da minha mãe me chamou para ir na rua Tavares de Lira buscar um peixe encomendado. Eu recusei e depois pensei no remo, por escutar muitos familiares falando que na região da Ribeira se localizavam dois clubes. Rapidamente levantei da cama e informei que ia junto para tirar dúvidas sobre como poderia ser atleta.”
Nove meses depois de começar no Náutico, ficou em terceiro lugar na Copa Norte-Nordeste de Remo. Em 2020, estava na primeira competição nacional e ficou em 3º lugar na repescagem do Campeonato Brasileiro Interclubes (CBI) de Remo Barcos Longos.
Em 2021, levou pra casa a primeira medalha nacional, foi a terceira colocada do Brasileiro de Remo e Para-Remo, Sub23, 4-/ quatro sem (prova com quatro remadores). “No ano seguinte, em 2022, não consegui subir novamente ao pódio, mas passei a treinar o dobro”, contou sobre como conseguiu os títulos mais importantes até o momento.
Na rua Chile, tem dias em que só há vida no remo
A Ribeira, com toda a sua história e poesia arquitetônica, encontra-se em decadência há muitos anos. Os clubes de remo resistem graças aos seus princípios estatutários, ao sentimento de pertencimento, à luta e aos valores que defendem. É assim que Luiz Felipe Silva, um dos trabalhadores voluntários do Sport Club de Natal, ex-atleta do Botafogo do Rio de Janeiro, do Flamengo e da Seleção Brasileira de Remo, consegue explicar a continuidade das atividades do Sport e do Náutico em um cenário desolador. “Há dias em que a rua Chile está com tudo fechado. Só há vida no remo”, diz.

Luiz Felipe acredita, no entanto, que o apoio do poder público, por meio de estrutura e divulgação, ajudaria o remo na Ribeira a atrair mais pessoas. “Assim, poderíamos oferecer à população o esporte náutico para promoção de saúde, lazer e conexão com a natureza”.
O clube, segundo ele, se mantém com a receita proveniente de associados, praticantes recreativos, membros do conselho, doações e projetos. Uma pequena equipe de quatro pessoas é responsável por manter seu funcionamento de segunda a sábado, das 5h30 às 10h e das 15h às 18h. “Todo esse trabalho é voluntário, desde sempre”, diz Luiz Felipe. Ele, por exemplo, é conselheiro do clube e contribui com a coordenação esportiva, além de também se dedicar à elaboração de projetos e captação de recursos para estruturar o clube, contratar profissionais e aumentar o número de alunos beneficiados, isentos de pagamento.
“Hoje temos 30 alunos, em sua maioria das Rocas e Passo da Pátria, mas queremos chegar a 56. A única exigência é que estejam estudando, pois o objetivo é diminuir a evasão escolar. Como os barcos são caríssimos e temos uma quantidade relativamente limitada, não conseguimos ampliar tanto o número de vagas. E deve-se considerar que temos que ter material para os sócios pagantes que financiam as crianças e jovens. Mas aprovamos o projeto ‘Rio de Esperança: Remando para a Vida’ na Lei de Incentivo ao Esporte Sebastião Cunha e vamos tentar captar os recursos junto a uma empresa que abriu o processo de seleção para iniciativas que beneficiam crianças em situação de vulnerabilidade social.”
Assim, o Sport Club vai dando continuidade a um trabalho social de muitas décadas. Em toda a sua história, o clube beneficiou inúmeros jovens de bairros periféricos. O próprio Luiz Felipe foi um deles. Com 35 anos, 24 deles dedicados ao remo, ele conta que a modalidade esportiva lhe foi apresentada no Sport Club “de forma muito leve, poética e para a vida”.
Chegou ao clube por meio de um tio que era atleta e, desde então, nunca parou de remar. Ganhou títulos locais, regionais e nacionais, foi atleta do Botafogo, do Flamengo e da Seleção Brasileira. Toda essa vivência no esporte influenciou a sua profissão. Hoje é professor de Educação Física – integrante do quadro permanente do Estado –, vice-presidente da Federação Norte-Riograndense de Remo, membro da Comissão Nacional de Atletas da Confederação Brasileira de Remo e pesquisador da modalidade.
No Sport Club, onde está toda segunda, quarta, quinta e sábado, Luiz Felipe se soma a Clodoaldo Trindade Júnior, presidente, Cleanto Wanderley Neto, diretor financeiro, e Maria Cristina, instrutora de remo. “Temos uma presidência muito atuante, um diretor financeiro que, com maestria, mantém nossas finanças em ordem e, na parte técnica, com muito amor e entusiasmo, Maria Cristina tem formado atletas cada vez melhores e, sobretudo, bons cidadãos”.
Remo nos JERNs é possibilidade para 2025

Incluir o remo nos JERNs (Jogos Escolares do Rio Grande do Norte) seria um importante passo para a maior difusão do esporte, especialmente entre os jovens. O coordenador de Desporto Escolar do Rio Grande do Norte, Jhoka Pessoa, afirma que a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer do RN (Seec/RN) está trabalhando para viabilizar essa inclusão.
“Para que isso aconteça, precisamos incentivar a participação das escolas. Caso essa ação se concretize em 2025, teremos festivais de remo além do rio Potengi, em alguns açudes do estado”, planeja, ao destacar que o governo estadual tem apoiado festivais e regatas, como a realizada em 9 e 10 de novembro, que contou com a participação de esportes de vela.
“A Subsecretaria tem incentivado a prática do remo. No final de 2023, realizamos uma competição para comemorar os 70 anos da travessia de Natal ao Rio de Janeiro, e remadores da velha guarda colocaram a Iole Rio Grande do Norte II na raia do Potengi, abrindo as provas”, diz, referindo-se aos 2.500 quilômetros percorridos em mar aberto por cinco potiguares (Ricardo da Cruz, Antônio Duarte, Clodoaldo Baker, Francisco Madureira e Oscar Simões) entre 1952 e 1953. Na época, o grupo foi recebido com honras pelo então vice-presidente da República, Café Filho, também potiguar.
Equilibrando-se entre o apogeu e o declínio da Ribeira
No Centro Náutico Potengy e no Sport Club de Natal, conjuntos de memorabilia “contam” a história e os dias gloriosos dos clubes, destacando seus heróis e feitos notáveis. Hoje, praticantes do remo, veteranos e mais novos, conseguem preservar esse legado e também acrescentar novos capítulos e itens. Enquanto isso, os vestígios da época áurea da Ribeira, que já foi o centro comercial e cultural da cidade, estão desaparecendo devido ao abandono e à falta de investimentos.
Em 2014, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou partes significativas da Ribeira, Cidade Alta e Rocas, com o objetivo de preservar o legado histórico, arquitetônico e cultural dessas áreas. No entanto, essa medida não foi acompanhada de restauração de imóveis e espaços públicos, o que resultou em melhorias pouco significativas nas condições do Centro Histórico de Natal.
No primeiro semestre de 2024, por meio de uma parceria público-privada, a Prefeitura de Natal pintou 25 fachadas de prédios na Ribeira, com o objetivo de “resgatar a autoestima do bairro”. A “revitalização” foi amplamente criticada e considerada ineficaz diante dos problemas reais da região.
Há uma nova proposta para a recuperação da Ribeira, elaborada pela deputada federal Natália Bonavides (PT), que foi apresentada e discutida em reunião com o presidente do Iphan, Leandro Grass, e o superintendente da autarquia no RN, João Gentil.
A ideia é fazer um levantamento da titularidade dos imóveis da região. Depois disso, o Iphan e o mandato da deputada vão planejar formas de enquadrar essas edificações em projetos para financiar reformas.
Natália Bonavides ressaltou a importância da Ribeira e a urgência dessa iniciativa, diante do estado de abandono do bairro, com casarões estruturalmente comprometidos e prédios históricos em ruínas, ameaçando desabar.
Sem a falsa ilusão de ressuscitar a glória de um tempo que não volta mais, a esperança é que seja um projeto de recuperação efetivo e promova, junto com aqueles que ali resistem, uma renovação da Ribeira, com movimento e vida.

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